Cinco perguntas que você precisa responder antes de pedir um empréstimo
A Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) desenvolvida pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostra que o percentual de famílias com dívidas voltou a subir e chegou a 66,5% em janeiro, superando a taxa de dezembro (66,3%). Na opinião de Carol Stange, educadora em finanças pessoais, isso é reflexo também sobre o fim do auxilio emergencial, desemprego, aumento dos custos dos alimentos e inflação em elevação. Segundo ela, diante deste cenário, muitas pessoas optam por realizar empréstimos para pagar dívidas com cartão de crédito, cheque especial, empréstimos, carnês de loja, prestação do carro e até o velho cheque pré-datado.
A especialista explica que um empréstimo mal planejado pode “arrasar” com a vida financeira de quem já está em um momento frágil nas suas finanças. “A melhor forma de evitar prejuízos financeiros nesse momento é detalhar o motivo do empréstimo, conhecer as condições oferecidas pelo mercado e ter, por que não, um plano B para fazer um dinheiro extra”, alerta Stange.
A seguir, confira um roteiro com cinco perguntas que uma pessoa deve avaliar antes de solicitar um empréstimo no mercado financeiro.
1. É urgente?
Saber o motivo para pegar dinheiro emprestado é essencial. Pedir um empréstimo para aproveitar a oportunidade de viajar com a turma do trabalho pode não ser a escolha mais sensata para o seu bolso. Um
empréstimo custa caro, e mais à frente eu te ajudo mostrando outras opções de crédito que são, geralmente, mais baratas para o cliente final.
2. De quanto e-xa-ta-men-te você precisa?
Não é incomum que quem precise de um empréstimo, acabe voltando da instituição financeira com mais crédito do que precisava. Isso pode acontecer por vários motivos:
• Atingimento de metas do atendente da instituição financeira, que acaba dando aquela “incrementada” na proposta;
• Juros mais baixos a partir de x reais (outro incentivo para um “upgrade” no valor inicial);• Pouco impacto desse dinheiro a mais na prestação apresentada;
• Oportunidade de satisfazer desejos reprimidos;
A orientação que vale ouro aqui é saber exatamente de quanto é preciso e se manter firme, mesmo quando as “tentações” vierem.
3. É possível fazer dinheiro de outra forma?
Particularmente eu gosto muito dessa pergunta porque todos nós temos nos nossos armários coisas que não usamos mais e que poderiam resultar em algum dinheiro interessante. Plataformas e apps de desapego funcionam de forma prática e eficiente: boas fotos, medidas detalhadas, preço atraente e retorno rápido às mensagens dos interessados costumam ser o suficiente para fazer sobrar espaço dentro de casa e renovar aquela energia parada que as coisas sem uso, carregam.
Não desanime se o resultado da venda não for o suficiente para substituir o pedido de empréstimo. Esse dinheiro extra certamente ajudará a diminuir o valor total do pedido, e quanto menos dinheiro for solicitado ao banco ou instituição financeira, menos juros você pagará e mais rápido quitará esse contrato.
4. São as melhores taxas de condições de mercado, de verdade?
Opções mais baratas em geral já foram pesquisadas? Crédito consignado (com ou sem garantia), refinanciamento de bens (casa ou carro), antecipação do Imposto de Renda ou 13o salário, e empresas especializadas em negociação de dívidas devem fazer parte da pesquisa.
Lembre-se de, ao comparar as propostas no mercado, sempre considerar o mesmo montante e valor. Conhecer o CET (Custo Efetivo Total), que obrigatoriamente deve constar de forma clara nos contratos e apresenta todos os custos e taxas envolvidos na operação, também é altamente indicado. 5.
Tem boas referências?
Nunca foi tão fácil tirar referências de uma empresa: Procon, Reclame Aqui e fóruns específicos na internet certamente ajudarão na tomada de decisão por determinada empresa. Além das referências, vale abrir o olho para solicitações de pagamento antecipado como para “análise de cadastro” ou “liberação antecipada de valores”. Isso é prática abusiva e a empresa que faz esse tipo de proposta merece o registro de um Boletim de Ocorrência (BO) e denúncia no Procon.
CAROL STANGE – É colunista sobre finanças pessoais dos veículos Guia Bolso, Cobizz, Revista Em Condomínios (maior mídia regional do país) e do blog empresarial Paketá Crédito. É também multiplicadora do programa de educação financeira “Eu e meu dinheiro” do Banco Central. Atua como consultora de economia doméstica no programa Mulheres da TV Gazeta. É certificada internacionalmente pelo ICF (Instituto Coach Financeiro) com Especialização em Planejamento Financeiro Pessoal pela GFAI (Academia de Planejamentos Financeiros). É formada em administração de empresas pela PUC – PR, cursou MBA em Gestão Empresarial pela UEL/MEB e MBA em marketing pela PUC -SP
Fonte; Portal Contabil SC